consumo-te
enquanto crepita a acha de carvalho sem nós
dize-lhe
da terra que se ouve a mar em setembro
dos
centros apagados construindo casas em volta
[porque
não ao redor?]
quilhas
perfeitas escondidas pelo areal
aves
barcos
submersos
despidas
do branco das praias a sul
transporta-me
além deste tempo
não
meu
um
mundo despojo
cataduplas
simples sem graças
quiçá
as garças pela margem bombordo
observando
maré
esperando
esgravatando
passos
ao largo sem interesse
que
me interessam os ouvires por perto ou os cavalos alados a espaços[?]
sabes
bem que são abismos
destapando
os frios.
entrego-te
a visão perdida um dia
pela
manhã já tardia
assim
são os náufragos [de si próprios também]
presos
aos grandes troncos de madeira boiando sem rota
malsofridos
vivem
I
faze-me
a hora desconstruindo-a após
muros
passos
tatuagens
após
as cores que dispersas sem jeito
plenas
quisera
eu hoje ser o teu tu
deixando
de ver pessoas colhendo as últimas cerejas esvoaçando às cegas
titubeando
sós.