Leila
Vasconcelos
...
por
onde caminham os teus passos,
após
um breve orgasmo tombado em silêncio absoluto?
Anárquicas
as pegadas deixadas nos reflexos avivados do luar escondido por
cirros cinzentos, amálgamas dispersas,
sem
nexo,
temperadas
pelo extenso e pálido olhar,
ou
pelo odor intenso da maresia encabrestada
nos
coros repetidos dos cascos de algum puro sangue árabe, louco,
e
tem vezes que não sei do mar, de mim,
nem
das alfazemas que brotam pelas margens escuras,
neste
esquecimento forçado dos nomes que desfiguram as coisas.
Recorda-me
dos pássaros que morreram a voar,
porventura
em agonia,
enquanto
te beijava repetidamente o corpo indefeso
escondendo
as visões e as vozes que pululavam sem parar,
dos
navegares outrora desconhecidos,
e,
evaporavas-te
pelo fumo do primeiro cigarro,
borda
fora, mar afora,
entre
o espesso nevoeiro perto das escarpas que se escondiam pelas
passagens do vento soprado por adamastores ubíquos.
Por
onde te caminhas se os luzeiros se apagaram de vez?
O
barco crepita ancorado,
abatido
pelo relâmpago que se atrasou.
Atrasei-me.
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