IZA
Photography
,sim,
é dos silêncios que te falo,
daqueles
que nascem pelas madrugadas iluminadas
quando
as andorinhas migram,
ou
quando as pessoas renascem,
e
eu,
renasço-me
a cada novo dia,
e
brilho, mesmo que ninguém me veja.
,são
apenas silêncios, sem sons,
serão
apenas sombras que se escondem e que reaparecem,
sabê-lo-ei,
sê-lo-á
sempre assim,
mesmo
que as procelas atinjam terra,
mesmo
que os barcos inundem o areal,
mesmo
que um dia,
todos
atinjam o horizonte, mesmo ali tão perto
que
nem se vê.
E
conto-te,
hoje
decidi morrer-me por uns momentos
[hoje
decidi-me morrer por uns momentos],
quis
que o céu se abrisse, que o vento cantasse pelas searas sem
silêncios, nada de luzes, ou encadeamentos luminosos,
apenas
o cheiro das maresias pela maré a vazar.
Descansei-me
[e],
decidir
ou morrer?
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