segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Aproam pelo sotavento algumas violetas nos vales adormecidos


Enquanto esqueço as palavras por esses mares desconhecidos,
Aproam pelo sotavento algumas violetas nos vales adormecidos,
Ou em silêncio, como dirias, colhendo as sombras
Que um dia se afundaram sem despedidas.

Enquanto se aproximam ondas gigantes que tapam horizontes esquecidos
Ou desconhecidos,
A Preamar limpa pegadas que ficaram esperando
Os regressos das primeiras chuvas

Sem sinais [regressos de alguns retornos]

Cansam-me as chegadas, repetidos os soluços,
Repetidos os gestos das gentes, os nossos.

É na praia que adormeço profundamente, sem sonhos,
Enquanto longitudes se despedaçam pelos primeiros ventos norte,
Falar-te-ia das viagens, do ranger da madeira Apodrecida,
Ou dos gritos de pavor de homens heróis por uns minutos,
Enquanto o choro das mulheres de negro inundava areais desertos,
Apenas espuma, apenas ondeares, apenas cinzentos.

Liberta-me de ti por esta única vez,
Enquanto a âncora é recolhida e me faço ao mar
É tempo



Como ondas do mar, esperando pelos passos,

Sem Poesia.


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