Habito-me
por este corpo sem portas ou janelas
Repleto
do cheiro das maresias escondidas esvoaçando
Quais
gaivotas famintas procurando peixe junto aos barcos
Colados
no horizonte que se emudece a cada vaga Anda
Imagens
Espalhadas pelo soalho em madeira
Defasadas
do tempo onde se encerravam tempos sem fim
Ou dias
ainda distantes das noites que jamais morriam
Repetidos
encantos de Musas cegas tateando precipícios
Em
nevoeiros ímpares escondidos em cada canto dos corpos
Que
as dunas cobriam Aqui diante de mim
Destinos
Que me iludem Afinal de que serve a pontuação
Se
nem se assemelha ao dedilhar de uma guitarra?
Desfado
Quando
quero desabitar-me da pele que me Transporta
Ouso
abrir as asas que me tapam pelo inverno
Que
se diz de interminável como o vento onde Tropeço
Sempre
Leva-me
ao longo da margem do mar que se estatela por essa Terra sem fim da qual Já Não
faço parte do mundo Anda
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