Svetlana
Micic
Santifica-me o mar
mesmo que o barco aproe pela ré
Arremessado até às
areias que se movem pelas marés
Atiçando
fogueiras-faróis estáticas na praia das palmeiras azuis.
Quando o sonho se
liberta em nuvens continuadas
Encharcadas das gotas
celestes
Alguém fala da morte
ou das cores psicodélicas
De um caleidoscópio
mágico Mudanças mágicas.
Mores as palavras que
fluem sem métrica
Desorganizadas pelo
papel em branco
Quantos rumores
afloram a terra seca
Gretada
Como a pele do
navegante?
Sei deste monólogo
pelas tardes libertas sem grades de ferro
E se te falo assim
das distâncias
Tropeças ao primeiro
beijo
Pelas escarpas que o
nevoeiro esconde.
Apenas um
pesadelo-sonho
Razão invertida sem
tino ou sorriso presente
Deixaste que fosse à
deriva por um mar sem margens
Sem a posição das
estrelas ou dos luzeiros da terra
E
Se encontrei uma ilha
deserta de safiras esverdeadas
Amaldiçoei-me deste
tempo em vão
Que jamais regressará
como a ave migratória.
I
A loucura cansa-me o
inconsciente
Desabitado das
poeiras em ciclos lunares.
Envolvo o magma que
me resta nesta escuridão
Resisto sem destinos
Apenas personagens
descaracterizadas
Sorriem agora.
Logo seja.
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