quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

[das viagens]



...
das viagens que encontraram sargaços
cegam os olhos nos reflexos do mar,
esqueçam-se as memórias,
esqueçam-se os naufrágios,
esquecem-se as feridas,

das tatuagens escritas na pele,
por aquelas noites que em dias
se transformavam,
revocavam-se alguns apelos,
gritos adormecidos, sabiam-se
infinitos.

Pede-se o cantar da cotovia,
que anuncia primaveras,
que acalma o finito mar,
que aclara o azul celeste,
que anuncia tulipas vermelhas...

repetem-se os sons, tantos
os silêncios dos marulhares suaves,
tantos os sibilinos cantares da morte,
é dela que fugimos nos longos invernos.

Das distâncias que se repetem, incessantes,
perdem-se palavras que se afogam, vagarosas,
perdem-se alguns sonhos, descoloridos,
temem-se repetições sem nexo,

teme-se então, todo este mar.


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