Costa
de Caparica
,fala-me
do inferno,
não
do dantesco ou do satânico,
fala-me
do teu, do que te corrói o corpo,
apodrece,
(I)
,ensina-me
da vida,
da
alegria, do sorriso, da viagem interminável
sem
procelas tantas.
,ensina-me
a andar,
revelando-me
os caminhos dos luzeiros,
numa
noite acesos, pelo desmemoriado tempo
presente,
ou,
do
cheiro das açucenas em flor,
das
amendoeiras brancas pelo inverno,
ou
do areal sem pétalas, sem orquídeas esvoaçando
sobre
a espuma do repentino ondear.
,e,
(II)
,quando
o mundo renasce de pernas para o ar,
pela
madrugada,
lembro-me
de ouvir o teu mar,
em
sussurro,
em
murmúrio, sem pausas.
,hoje,
(III)
,no
dia em que as palavras se libertaram,
antes
que o silêncio as autoflagelasse,
escrevo-te,
[seja
sorriso, seja-te apenas um sorriso...].
Textos
de Francisco Duarte por Ricardo Pocinho
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ResponderEliminarAmei essa poesia. me fez pensar nas coisas que gosto, no mar, nos sussurros, nos som produzido pelo mar e por nos humanos, murmúrios de encontro.
ResponderEliminarPassa um imagem bem diferente do que normalmente se pensa ao se ouvir falar em mundo de pernas para o ar. Parabéns.