,saberás
de mim [?], sim, sempre.
(I)
desenraízo-me por vezes do mar pela primavera,
diz-se
de cruel esse mar,
deixo
pela superfície ainda em espuma
urros
antes afogados, hibernações
que
me acordam pelas matinas em aparição
refletida
por algumas sombras, alguém,
ninguém,
não
questiono sequer,
enquanto
me desfaço por entre escarpas que me ferem,
que
me incomodam a carne, sangro-me inutilmente.
(II)
,talvez
me vogue por entre nuvens sem ventanias,
ou
nas searas queimadas pelo gelo,
em
círculos,
esperas
sem
o odor das madressilvas onde as andorinhas se escondem,
descanso
na nudez do teu ventre, somente um prelúdio,
nada
mais.
(III)
,a
claridade desaparece, de repente revejo-me lá longe,
onde
nevoeiros acirrados me cercam por todos os lados,
,sem
suspiro, ou credo, despojado de claridades,
tentando
libertar-me das garras cravadas nas costas,
desta
afonia ridícula, repetida,
,repete-me
a pétala que esvoaça pela noite.
[afoga-me
esta noite, santifica-me a emoção]
Textos
de Francisco Duarte
deslizo-me teimosamente
ResponderEliminarguardo sempre a vontade de sempre
enquanto sempre forem as palavras
que trazem a vida consigo
[não à dor
nunca
assim me vivo
deixa]