(I)
,do
silêncio
da
tua voz que abafa o urrar do vulcão em lava,
daqui
a pouco, sim,
renova
o odor das cerejeiras em flor efémera,
antes
que vésper se aviste.
,sacrifícios
esperados,
sem visos aterrorizados
por
redemoinhos fantásticos, imaginação seja,
afugentam-se
assim pesadelos, destroem-se,
símiles
às pegadas que o mar desfez pelos areais, sós,
,relembra-me
das horas pelo final da tarde,
da
vertente que dá a direção da água,
da
rota,
alivia-me
desta garganta seca
que
me cala, quão longe de mim, agora, estou.
(II)
,serei
talvez um outro,
por
breves instantes, cousas sem fim,
vazias,
enquanto
as margens me comprimem,
[...e
repetindo-me],
,do
silêncio da tua voz que abafa,
[este
silêncio em mim].
Vésper
– planeta Vénus, no período em que ele é visto pelo final da
tarde (em sentido figurado indica o Ocidente)
Castro
Alves (poeta brasileiro) referia-se assim a Vésper:
“Pomba
d'esp'rança sobre um mar d'escolhos!
Lírio do vale oriental, brilhante!
Estrela vésper do pastor errante!”
Lírio do vale oriental, brilhante!
Estrela vésper do pastor errante!”
(in
Cântico dos Cânticos”)
Textos
de Francisco Duarte
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