,languidez
atroz que me invade,
arrebatado
nesse êxtase sem fim,
arrebatando
o ar acima do orgasmo
onde a ideia de paraíso é apenas um apoio,
um salto soberano,
onde a ideia de paraíso é apenas um apoio,
um salto soberano,
num
vai e vem, como a galope num cavalo louco.
(I)
sinto
agora o tudo, sinto agora o nada,
o
grito que trespassou a parede, desfazendo o concreto,
ainda
ecoa cada vez mais longínquo,
encabrita-se,
rosna, vocifera, já quase em silêncio,
corpo
sem tino,
corpos
apenas acéfalos, pele rasgada
sem
piedades, por desejos,
procuras,
encontros, penetrações, ou almas
purificadas
pelo octógono batismal perfeito,
renascendo,
recriado-se,
quando
os portões de bronze se abrem instantaneamente.
(II)
,os
ecos teimam em repetir-se,
as
tatuagens eternizam-se como asas de borboleta
em
flor,
rosna
a besta pela escuridão que se dispersa,
desinteressada
no nascer das cerejeiras pelas margens
algures
despovoadas, antes vida, antes mar,
para
alguns um inferno nenhures.
,não
sei sobre o que escrevo, não quero,
enquanto
a garrafa se esvazia,
a
súplica é balbuciada, gaguejada:
-
dá-me o teu êxtase, tatua-o junto ao meu.
[,o
refrão repete-se despojado do pejo;
procura
e encontrarás], enfim.
(III)
Em
fim, o início que seja.
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