Eis-me
perto de ti, somos artefatos
embriagados
por um reles vinho tinto tragado,
numa
taberna escura, algures
nesse
tempo interminável, sem regressos,
sem
esquecimentos,
apenas
o som de um piano,
apenas
as sombras que se movimentavam, perdidas,
e
depois,
o
cheiro da maresia que se misturava,
o
mar quebrava amuradas,
as
sombras escondiam-se pelos cantos,
o
silêncio deixava de existir
pelos
corpos que se roçavam, disputavam
cada poro.
Repudiava-se
o tempo perdido do vómito
inundando
o olhar,
quão
anjo quanto inverno teimando em ficar,
renunciava-se
à alvorada longínqua
que
se entranhava pela noite sem permissão,
e
depois,
a
tatuagem eternizava-se,
qual
cor negra dos cavalos frísios,
tanto
o mar, que quebrava amuradas,
em
apoteose.
Eis-nos
extasiados pelas longitudes daquelas madrugadas em que ficávamos
olhando o suave espreguiçar das orquídeas em flor. Apenas.
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