Liberta-me
destas asas que me atrapalham,
Nunca
aprenderam a voar mais além,
Nem
refúgio, nem descoberta, deixa-me sossegar
Por
este mar tão perto de mim
Que
me desenovela, reduz a nada o todo,
A
morte escondida, espreitando.
Sem
começo, para quê?
Se
estas visões inacabadas da aurora boreal,
Reflexas,
algumas singradas sem sentir,
Inconscientes,
efêmeras,
Atraiçoando
a inóspita terra que não me habita,
Onde
não me habituo,
E,
Enquanto
procuro palavras para descrevê-las,
Renova-se
o cheiro das alfazemas,
Brotam
flores da amendoeira adormecida.
Refugio-me
Pelos
cantos do mar como um naufrago,
Que
esta loucura me seja presente, jamais fuga, ou vida.
Sim,
revi a rota mais outra vez,
Além,
mais além neste aquém de mim que ainda me resiste,
E que
se repete moribundo.
(in Coletânea do Ideal Clube de Fortaleza,
V Prêmio Nacional Ideal Clube de Literatura e XVI Prêmio Estadual Ideal Clube
de Literatura)
Poeta de além mar,as flores adormecidas esperam pelo teu beijo para brotar... vem sossegar, percorre a rota mais uma vez, com a loucura que em ti é vida e jamais fuga!
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