Desliza
a glória matinal despida de assombrações desta noite sem luar coberta pelo
negro viúvo Deslumbro-me vendo-te aparecer pelo azul que teima em recortar
alguns rochedos pontiagudos ou o horizonte pleno do olhar apenas sorrindo.
Sonho
que se afugenta indelével
Liso
espelho sem refletir contrários tão presentes
Piedade
apenas pela gratidão de um mergulho infinito
No
salso reino que habita o coração dos homens. Habita-me.
Quando
tudo se silencia ouço-te. Resplandeces pela
Afonia
do grito que estrebucha moribundo
Ou
por palavras que apago enquanto a mente descansa
De um
intenso respirar das ondas sobre a areia solta
Onde
Náufragos rastejavam terminando viagens. Sobrevivo-me.
Valerá
a pena esperar num cais coberto pelo mar em fúrias?
Dir-te-ei
do manto de água que cobre a tua chegada
Dir-me-às
então do poema que um dia ficou para trás
Preso
ao espaço esperando pelo nascer das orquídeas tardias
Que
avançam de frente para o mar
Sempre
errante.
Cobre-me
de ti
Lindo! Sentires que eu tão bem conheço... Beijo, meu querido poeta, amigo, com saudade.
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