sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Mesmo que me sossegue querer-me-ia Silêncio


Dos mares resvalam velas sem destino
Aprisionadas aos mastros apodrecidos pelo sal em volta
Como passos errantes enquanto espantalhos ao longe
Esfregam mãos fechadas sem calor. Miragens.
Assim se constroem viagens constantes
Invejando o rápido relâmpago derramando abismos
Sem margens ou limites como as palavras que se apagam
Febrilmente. Sementes germinam pelo areal sem nexo
Desordenadas
Desinteressantes espaços cantos.
Dizes-me das vontades roucas rasgadas pela crista das ondas
Num lugar algures onde se escondem as nuvens repentinas

Fio invisível que me roubou o tempo de ti. Lampeja o ar
Severo mas mais sensível que o toque recém-criado
Envolvendo-nos como veneno desejado
Ouço-te e resplandeces recriando repousos sem
Certezas ignoradas. Mesmo que me sossegue
Querer-me-ia Silêncio
Pela noite que o inverno teceu.

Passo por esta Terra que não é minha

Desabrigando-me do tempo
Sentindo-te perto pelo respirar

Inundando-me


Sem destino.


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