Em
quantas camas te deitarás, procurando,
Incessante
o sonho que te desperta, aflora,
E
como te recusas a desabrigar-te dessas tempestades breves,
Tentando
sempre saber a cor dos mares,
A cor
das estrelas que se interrompem,
Quando
algumas nuvens acinzentam o negro do céu.
Posso-te
falar dos perigos dos navegantes,
Dos
mares de terríveis silêncios, em ecos que se eternizam,
Do
som dos náufragos tocando o fundo das fossas escuras,
Mas,
Da
dança que desliza até ao final desconhecido,
Apenas
saberei dos copos bebidos, das garrafas vazias
Tombadas
pelo soalho molhado.
Mas
não te interrompo, ou te adormeço, ou te cubro,
Pelas
noites frias,
Nem
quando o corpo deseja um breve descanso,
Mesmo
querendo repetir os passos arrastados
Pelos
corpos colados, desfazendo o pensar,
Em
mais um sonho, apenas mais um algures.
Um
dia surgirão as velas enfunadas, o horizonte
Tão
perto que se pode tocar,
E, as
camas por onde te deitaste,
Serão
queimadas numa pira redentora.
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