Não
te sei falar do sabor a mar da pele adormecida pelas espumas das ondas revoltas
talvez sejam crinas de cavalos alados sopradas por ventos alísios ofegantes
Nem
te saberei um dia explicar da companhia das aves nas direções longínquas do
equinócio aflito sem distâncias morrendo em pleno voo (serão enterradas veladas
nas nuvens quando todos os aviões pousarem em Terra?)
Não
sei.
Sabê-lo-ei
um dia ou noite quando o cheiro
Das
orquídeas invadir o quarto vazio
Que
me habita (que nos habita)
Resistindo
aos ecos que as sombras cantam em silêncio
Talvez
então seja escusado dir-me-ás por entre os brilhos
Purpúreos
que o olhar absorveu.
Fumos
incessantes deste incenso purificador ou Apaziguador
Enquanto
teu corpo se esconde tímido debaixo
Do
linho níveo que se desfez pela noite em dia
Nem
sempre serão precisas palavras ou gestos
Sobrevivos
a um tempo demasiado rápido enquanto
A voz
declama um poema apressado símile à canção
Refreando
os passos aprisionados
Antes
ou depois aos mesmos caminhos.
Nem
sempre se percebem as estrelas cadentes
Caindo
no mar
Por
vezes iluminam o horizonte
Transformando-o
em chamas
Outras
são leves tremores que anunciam
As
manhãs infinitas.
I
Dessas
palavras que rasgam poesia Desaparecem incólumes
Visões
Sonhadores Navegadores
Das
viagens que encontraram sargaços Cegam os olhos nos reflexos do mar
Esqueçam-se
as memórias Esqueçam-se os naufrágios Esquecem-se as feridas
Das
tatuagens escritas na pele por aquelas noites que em Dias se transformavam,
Revocavam-se
alguns apelos gritos adormecidos sabiam-se infinitos.
…
Pede-se
o cantar da cotovia
Que
antecede primaveras e o mito do mar
O teu
peito.
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