Árvore
do cerrado brasileiro, Jaime Dantas
…
da
cor a cereja que deixaste,
pelas
alvas paredes do quarto
abriu-se
a janela a mar,
e
nestas divisões desertas que o meu corpo encerra,
fulgiu,
tremelicando, a estrela da manhã.
Cauto
seja o vento que entra repentino,
trazendo
os corais e as madreperolas que sobraram
um
dia,
como
cada ilusão, como cada sonho
que
a insónia escondeu.
Resiste
o gorjear da cotovia,
que
ouço ao longe,
resiste
o mar que sei ao alcançe da mão,
a
cor a cereja que deixaste,
ainda
hoje me sorri pela noite
quando
a tempestade abana os pilares.
Das
manhãs, levarei os pássaros que entram no crepúsculo pela janela
aberta a mar;
das
manhãs, levarei as núvens onde eles adormecem que deixastes
espalhadas por todos os cantos meus;
[resistir-me-ei
à noite].
…
[“do
ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea.
La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que
estará a chegar?)]
Enquanto leio, fico a pensar do quanto levo nas vezes que aqui venho...as mãos nunca saem "abanando", embora a alma saia leve, alvissareira farfalhando pela janela...
ResponderEliminarAbraços, estimado Poeta