Monteverde Cloud Forest, Costa Rica 2000
- …
- quando esqueces as palavras pela noite tardia,
- tacteias à deriva pelas marés os sons dos sussurros,
- que,
- fugitivos,
- se escondem pelas frestas da parede em madeira,
- e por mais que queiras adormecer,
- os ventos esculpidos no teu peito perscrutam,
- aquelas outras ondas que dançam em mim.
- Também eu me morrerei sem lápide, nesta imanência longe de mim,
- desconhecida, que me oprime,
- e se o amar um dia se saciar, mesmo sangrando
- das palavras que esqueceste pela noite tardia,
- que siga as migrações distantes da borboleta monarca
- que um dia sobreviveu ao inverno.
- Hoje o dia amanheceu mais cedo, sequioso de claridade,
- o mar ficou mais vazio sem ti,
- [que o olhar dos barcos esteja sempre pintado na proa].
- …[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]
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