- …
- é-me longínqua a linha do horizonte,
- que escaqueira a ondulaçao invisivel do sonho manso,
-
- mansidão que se deseja encabritar em ânsias,
- mas que se atrofia sem beijo, sem toque ou cheiro,
- destinos incumpridos, direi.
-
- Nos olhos extasiados pela longitude,
- prometem-se outros mundos férteis em belezas, desertos
- de almas, ou de olhares, prometer-me-ei um dia.
-
- Destinos, direi.
-
- Os homens lançam-se ao mar, sem temer a preia-mar,
- as mulheres de negro miram o céu que se abre em azul,
-
- ajoelham-se como pedintes, cumpridores do ser em súplica,
- e mesmo rastejando pelo areal,
- jamais serão envolvidos pelo ténue abraço do sol que
- insiste em permanecer, vão-se as visões,
-
- ouve-se o ranger da madeira, os solavancos da ondulação,
- “- mar arriba... mar arriba!”, grita-se,
- e o leme que antes roçava as areias, orienta rota,
-
- nada, apenas direi.
-
- Resto-me apenas, o olhar[?]
-
- extasiado, direi.
-
-
- …
-
[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]
domingo, 17 de junho de 2012
[ … é-me longínqua a linha do horizonte
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