Pensamentos
abnóxios pululam,
sem
conteúdo, sem visões das
vielas
sombrias entardecidas,
adormecidas
de adamastores.
Refletem-se
alguns desgostos longínquos,
algures,
que
o tempo enterrou por entre gerânios,
restou
o perfume.
Encruzilhada,
terra sem caminho,
afrodísia
incapaz de gerar,
revestida
de penhascos que ferem a alma,
para
sempre.
Pensamento
infértil, infame,
inflamado
nas vãs distâncias,
que
se quedaram quais cascatas um dia cuspidas,
que
brotem nenúfares.
Escafeder-me-ei
como se de uma cenreira se tratasse,
acordar-me-ei
desta vã apatia,
por
estes todos pensamentos obnóxios
que
tantas as vezes me cercam.
Que
restem sons em silêncio.
(Textos
de F.Duarte)
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