,e
estilhaço-me pelas sucessivas vagas em que repito algumas palavras
silêncio sombras areais ou mesmo mar sem saber ao certo o que me
leva ao arrepio de outras tantas falas nem tudo o que se escreve é a
língua dos poetas nem tudo é porque escasseiam os tempos
e
sobram os tempos de subir as montanhas que escondem as orquídeas
brancas pelas trilhas das pedras em círculos como caminhos
desconhecidos bafejados pelas nortadas em redemoinhos
e
mesmo que o corpo que se arrasta atinja o limite nunca é chegado o
tempo de parar sossegar adormecer ao som de uma velha música
repetida vezes sem conta como se uma partida fosse um dado eterno sem
regresso talvez me morra pelo sono mas
nunca
é altura para se fazerem as mudanças nem sentir as breves sensações
de outrora e fala-se de vulcões furacões como danos colossais de
loucuras breves e não sei onde a rota acaba se nunca começa ou se
apenas se atrasa porque o deserto mar continua irado com os
adormecidos adamastores ou musas bebendo vinho tinto com navegantes
solitários num bar de cais desconhecido pela noite de invernias
extremas
e
caminho pelas águas que silenciam o uivar dos lobos os gritos tantos
dias ensombrados pelas conquistas sem artifícios ou pelo cantar das
nuvens carregadas de cinzentos querendo ver mais além desta cegueira
que tende a ser apenas um cometa pelo breu do céu
estilhaços
,desaparecem
incólumes os fogos
I
se
nesse mesmo dia
um
simples desejar
que
seja o dessas palavras que rasgam poesia,
e
que depois desaparecem incólumes,
visões,
sonhadores,
navegadores.
,aspiram
eternidades poetas, meretrizes, mendigos, bêbados,
de
nada servem as ruas escuras, as docas invisíveis,
ou
as visões que acordam a noite.
,desaparecem
incólumes, nas lamas dos cataclismos,
proteções,
grades, e do barro se fazem as esculturas,
livres,
nessa
liberdade que aprisiona,
aprisionou.
,dos
pássaros que morrem em voo, se cantam odes ao mar,
apenas
descansam nos cirros,
momentaneamente,
e
a vista não os alcança,
jamais.
,desaparecem
incólumes os fogos,
esqueço-me
do ontem, propositadamente,
…
então,
sigo
rotas imaginárias.
,desaparecem
incólumes alguns pirilampos, diz-se
que
adormeceram iluminando
a
face visível do sol.
,seja
dos tempos sem tempo,
seja-me
a mim possível, apenas ir,
[tão somente ir ao impossível ir...].
,estilhaçando-me.
[,fim
de um ciclo, apenas isso, dir-me-ás]