Foto
de Carlos Cruz
Das palavras perdidas adornadas em sussurros,
pintam-se
algumas telas suspensas num quarto deserto,
despovoados
os barulhos ali fora, tão perto,
absurdos
os ecos julgados revelados de tão omissos, tão perto,
não
encontrarei um universo, isso não é para mim,
nem
ctónico que seja, nem revelado pelas vicissitudes dos impossíveis
medos,
saberei
dos gritos, dos gestos que me revelaste
anestesiando
o mar em sobressalto.
Poder-te-ia
imaginar, apenas
numa
pausa do olhar, perene o olhar,
e
a mesma voz outrora débil, clamaria em trovão pelo ondear
neste
entardecer deserto.
E
se não houverem mais palavras?
Ficará
esta hemorragia que nos persegue mar adentro, sei-o
pelo
desfalecer das velas enfunadas mirrando a cada ventania,
tão
símiles aos grãos de areia secos pelo sol a pique.
Avisa-me
da chegada dos nenúfares perfeitos quando a matina te clarear os
sonhos,
clareia-me
o hoje.
Nota:
Ctónico - debaixo da terra, palavra associada a mitos, monstro. As fúrias Hécates, Medusa, habitavam o mundo inferior associadas ao inferno
Ah esse menino, que saudades tenho...
ResponderEliminarBjão de muito carinho
V.