Foto
de Domingos Fernandes
Nascem em hexágonos os favos das abelhas,
pelas
escadas que se cruzam, sobem sem destino,
quando
descem, tocam mares um dia revoltos.
Se
me falares das procelas, conta-me dos silêncios das escarpas,
onde
adamastores dormem escondidos pelo nevoeiro,
ou
que os poetas têm permissão para mentir
num
deserto de palavras que as areias escondem,
se
também ressurgirem os ecos,
acompanhando
as náiades por rios e fontes,
liberta
as noites em que ouvíamos as estrelas falar.
Mesmo
que queira escrever contra o que me lembro,
o
perfume das violetas tardias aparece sempre neste horizonte insepulto
que termina em cascata interminável,
tudo
recomeça uma outra vez,
0
tempo eterniza-se,
e
eu,
regressar-me-ei
pelos ventos de norte,
que um dia,
mar afora me levaram.
que um dia,
mar afora me levaram.
Nota:
“Os poetas têm sempre permissão para mentir”, Plínio O Velho.
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