quinta-feira, 25 de julho de 2013

regressa-me o esvoaçar do cheiro das tílias

Infalivelmente com a alba,
regressa-me o esvoaçar do cheiro das tílias,
eliminando alguns impossíveis de tão longínquos,

vertentes deste mar sem fim, ou destino.

Existirá sempre mais uma maré, mais um horizonte,
além, ali, aqui,
e quando miro as ondulações símiles às pétalas espalhadas em desalinho,
tocam-me as tuas mãos sossegando-me em sorriso.

Nadas.

E digo-te;
os ventos alísios serão sempre os desejados,
como uma prece regateada de tão longe,
um cais algures, um destino nenhures, tanto deserto em volta.

Quedam-se os corpos antes expectantes,
que se encabritavam em metamorfoses pelas síncopes do dia em versos liquidados,
sem remissão,

e o orvalho de antes converte-se em tempestade,

regressam procelas pelo ocaso,
acolhe-me em sussurro breve, eliminando estes impossíveis imparáveis,
insepultos,

eu.


Sobrevive-me.







"Quando me instalo na aldeia - e nunca será para menos do que os três meses de Verão - hei-de levantar-me infalivelmente com a alba", Aqulino Ribeiro

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