segunda-feira, 28 de maio de 2012

[… e enquanto me espraio longe



 …
e enquanto me espraio longe dos lusitanos areais
em mares tão distantes, para além dos imaginados,

acorda-me alguma canção sem refrão,
de um amor para sempre arrastado pela ondulação,

amor, ou desamor que ficou algures, nostalgia ou mesmo interdição,
mas o desejo ainda se mantem, assim, assim...

Tocam os sinos a repique, ainda os ouço à partida,
como um fado que revisito na memória, que se repete,

que se arrasta sem permissão,
e que invade, que sufoca ainda mais que a saudade.

Tão longa a longitude percorrida.

Rogo pela mansidão do amanhecer, sem sons ou síncopes,
doutos os que esperam sem pressas,
e que celebram o renascer sempre anunciado, que se repete,
e se multiplica pelo tempo,

eu, renuncio-me ao acordar,
e jazo-me,
longe dos lusitanos areais em marés distantes que se espraiam
por mim adentro,

[sem fim, sem ti, assim...].



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