…
e enquanto me espraio longe dos
lusitanos areais
em mares tão distantes, para
além dos imaginados,
acorda-me alguma canção sem refrão,
de um amor para sempre arrastado
pela ondulação,
amor, ou desamor que ficou
algures, nostalgia ou mesmo interdição,
mas o desejo ainda se mantem,
assim, assim...
Tocam os sinos a repique, ainda
os ouço à partida,
como um fado que revisito na
memória, que se repete,
que se arrasta sem permissão,
e que invade, que sufoca ainda
mais que a saudade.
Tão longa a longitude
percorrida.
Rogo pela mansidão do amanhecer,
sem sons ou síncopes,
doutos os que esperam sem
pressas,
e que celebram o renascer sempre
anunciado, que se repete,
e se multiplica pelo tempo,
eu, renuncio-me ao acordar,
e jazo-me,
longe dos lusitanos areais em
marés distantes que se espraiam
por mim adentro,
[sem fim, sem ti, assim...].
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