terça-feira, 18 de setembro de 2012

[ … e deixa a poeira destas encruzilhadas invadir]




e deixa a poeira destas encruzilhadas invadir
este tédio que me repete,
que me cobre como o tafetá,
santifica-me a emoção em escarlate, nudez essa
de teu peito coberto por nuvens em cirros,
mas...
ensina-me a colher o mel pelo ocaso
onde miçangas reluzem, estrelas cadentes também,
quando o mar se espraia para além das violetas adormecidas,
[clareia-me a noite].

Na verdade dir-te-ei,
pudesse ser eu o verso que treme pelo anoitecer,
pudessem ser as mores distâncias apenas o simples repirar,
pudesse eu afundar olhares de adamastores sempre irados,
pudesse sossegar-me como o aloé que nasce da estrada,
enquanto habitas estas divisões quais páramos em mim.

[E repetir-me-ei: ensina-me a colher o mel pelo ocaso...
que fazer, perguntar-te-ei].







- Na verdade vos digo, os pássaros que morrem caem no céu e as cinzas de Maria Callas vogam pelo mar Egeu.” do ciclo uma sílfide adormeceu no leito de uma orquídea branca.


   

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