segunda-feira, 10 de setembro de 2012

[… e tantas são as viagens que me alumbram



e tantas são as viagens que me alumbram,
quiçá, pelos sonhos nunca dantes realizados
onde se degustam silêncios vogados ao vento,

que me ardem, ignescente memória,
estes olhos sem choro que miraram além da proa,
além das níveas montanhas.
Relembra-me, acolhe-me enquanto o ceu estreleja pelo entardecer dos dias em verão,

morram-me então as palavras que os deuses libertaram,
roçam o infinito desejo, quão perenes,
penetram mar adentro, quais viagens desassossegadas
mitigadas pelo som destes marulhares sempre presentes,
desde sempre.

Acolhe-me em sorriso, desnovelando
cousas incertas aprisionadas, ilusões outrossim,
relembra-me, uma vez mais,
da cor das cerejas dissipada por entre sussurros só nossos.

Inda me peregrino em mim, sabê-lo-ás.

[-Senti-lo-ás? Perguntar-me-ei.]





- Na verdade vos digo, os pássaros que morrem caem no céu e as cinzas de Maria Callas vogam pelo mar Egeu.” do ciclo uma sílfide adormeceu no leito de uma orquídea branca.



Sem comentários:

Enviar um comentário