sexta-feira, 21 de setembro de 2012

[ … mira a tatuagem qual prece que não se desfaz



mira a tatuagem qual prece que não se desfaz,
pedra que a salsa maresia roreja,
levemente,

suavemente, direi,

neste ruir de verão
em redemoinhos de folhas derribadas pelas foices do tempo.

Segregar-me-ei quantos os sargaços que vogam como náufragos,
longitudes já conhecidas, necessárias,
onde se ouvem estrelas, quais solilóquios pelos amanheceres
de súplicas sempre presentes,
desejos, sonhares,
podê-los-ei sentir na carne símiles à afiada sica.

Seja-me abnóxio o encadear novamente do olhar,
senti-lo-ei, sim,
vulcão adormecido, ressuscitado, encabrestado,
nesta verdade te direi,

sentir-te-ei sempre,
como as ondas adormecidas que se espraiam pelos meus pés
aguardando regresso teu.

Seja-me bravo o mar, então.




- Na verdade vos digo, os pássaros que morrem caem no céu e as cinzas de Maria Callas vogam pelo mar Egeu.” do ciclo uma sílfide adormeceu no leito de uma orquídea branca.


2 comentários:

  1. Ah!
    Pouso aqui meu olhar de estrela suplicante...deixo-me ser embalada como os sargaços embebidos por esse néctar de sal e quiçá um dia espraie na diagonal de um tempo que chegará manso, trazido pelos ventos das flores que um dia deitei em oferenda ansiando pelo regresso de mim mesma...
    Querido poeta, como é bom le-lo...ando sumida, mas nunca me esqueço que navegar é preciso!
    Beijo-te com lábios salgados
    V.

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  2. Ah como me alegras, nesse teu ansiar por regressos teus.
    Jamais te esqueças de navegar, dos cheiros da maresia, do mar imenso que se espraia pelos olhares.

    Beijo-te com o sabor a mar

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