Faze-lhe conhecer a vida destes breves anos frente à
eternidade
E dize-lhe: além mais além por aquela queda de água infinita
que se evapora por entre os dedos como ilhas desertas no meio de um oceano
atormentado.
Faz-me conhecer o
cheiro que invade as Estrelas da noite deslumbrada
Diz-me do respirar
dos deuses (quantos?)
Sopros em ventos
alisados e brilhantes sem norte
Pelas enseadas
escondidas
Em nossas mãos não
existem pausas ou silêncios de Luas ou
Fontes de água
E se as preces
declamam um ou outro verso disperso
Queixo-me então do
sorriso perdido num solavanco
Mais forte
Do barco.
Tudo recomeça
esperando os cintilares da maré vaza
Sossegam alguns
cavalos antes loucos trotando pelas ondulações gigantes
Sem receios ou
desconhecidos
Penetro o interior do
mar
Apenas buscando profundidades
Pudesse eu reter o
teu brilho para sempre
Como as praias retém
refém um único grão de areia.
I
Vejo as velas negras
desfraldadas
Um mar horizontal
Sem pausas
Sempre rente à nudez
dos corpos amantes que se habitam
Recomeçando sempre
Este caos
Vida.
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