Pudesse eu reter
algumas imagens pela eternidade
O olhar fixo e
longínquo que o sol consome quando o trote dos cavalos ribomba sulcando as
espumas das ondas que se espraiam na busca de mais mar
Mais vazio.
Nada as prende
Nem âncoras
aprisionadas entre rochedos submersos
Longe dos sussurros
da nascente
Vejo-te pelas
transparências das águas calmas
Ainda que não passe
de uma ilusão desta Rota.
Se penso nos
instantes à luz da beira-mar
O vento desfaz o que
antes ouvia
Nem os longos
arrastados marulhos resistem.
Alma incandescente
que regressa
Já ali
Às rebentações das
vagas (diz-se de esverdeadas)
Enquanto o respirar
das grandes marés
Descansa imóvel a
bombordo.
I
Pudesse eu
esquecer-me
Apenas
Interrompendo os
silêncios
Do navegar
Das sombras
Pelo amanhecer.
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