quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

[diz-se]


Claudio Santana—AFP/Getty Images.  A cloud of ash billowing from Puyehue volcano near Osorno in southern Chile.


Quebram-se os galhos secos
puxados pela terra castanha,
quebra-se o vento contra as
asas dos rouxinois,
apaga-se a luz quando acordam
os pirilampos,
e do mar que se quebra contra a
rocha,
diz-se: um dia, assim será.

Quebram-se as promessas de uma
noite, noite em sobressalto,
noite quebrada pelo silêncio
de um beijo,
e na sonolência do olhar,
perde-se a visão num horizonte
sem astros, sem rastos,
quebram-se os passos perdidos,
sem eira, sem lirios.

Restos descritos ao acaso,
no ocaso das viagens, nas
escuridões das manhãs sem céu,
manhãs que não quebram as núvens,
por mais que insistam,

assim,
quebrando o barco contra
as ondas, apenas partindo,
quebrando o amar, talvez longinquo,
neste suspiro de mar que
se quer vulcão.

Quebram-se alguns sonhos em
vagaroso acordar,
sem fim,
sem fim diz-se,
assim seja, alguém dirá.

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