terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

[não sei...]

                Photograph by Roger Coulam Supercell in Arkansas

Saciam-se as horas desta indolência,
empaturram-se
nos traços de palavras desconexas,
que saem janela fora,
vento cumplice
destas nossas todas cumplicidades.

Esfumam-se rotas de tantos rosários gastos,
nos restos do rorejar do orvalho,
ficam olhares fixos no outro,
e nos sorrisos,
secam-se os lábios ansiosos,
os corpos [?]
colados, suados, libertam
sentires nunca sentidos,
nem na solidão das auroras,
nem nas ilhas sem mar em redor.
Sei do mar e do horizonte
que o transforma em infinito pensar,
sim, sei,
jamais saberei deste amar a mar,
amar-te,
desta nebulosa tão perto de
tão longinqua,
que teima nestas nossas saudades,
mesmo quando sussurramos
todos os gritos juntos.
Sabes bem que sempre assim serão,
os traços de palavras desconexas, que saem janela fora,
possivelmente como poesia em silêncio.
Que fazer?
Sim, não sei...,
mas sei do azul do nosso mar...



1 comentário:

  1. *Levitando no 'azul' da tua poesia espetacular:

    Blue*


    Consumo-te em lábios
    Palpitante o entardecer
    Descerra-me devassa noite
    Promessa de uma feliz lágrima
    Nos flancos do desejo açoite


    -esgueira-te na fenda dessa dádiva-


    Ainda te serei blue
    E do luar farei concha
    Dormitarei prata
    No teu sono sem tempo
    Oráculo sem mácula


    -na tua enseada rasgarei o vento-


    Ainda de ti
    Colherei de mar estrelas
    No cirandar dos olhares
    Alma, pele, flores de luz
    Um canto de pérolas colares


    -e tudo que seremos será azul-


    Karinna*

    *Beijoka*

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