Photograph
by Roger Coulam Supercell in
Arkansas
Saciam-se
as horas desta indolência,
empaturram-se
nos
traços de palavras desconexas,
que
saem janela fora,
vento
cumplice
…
destas
nossas todas cumplicidades.
Esfumam-se
rotas de tantos rosários gastos,
nos
restos do rorejar do orvalho,
ficam
olhares fixos no outro,
e
nos sorrisos,
secam-se
os lábios ansiosos,
…
os
corpos [?]
colados,
suados, libertam
sentires
nunca sentidos,
nem
na solidão das auroras,
…
nem
nas ilhas sem mar em redor.
Sei
do mar e do horizonte
que
o transforma em infinito pensar,
sim,
sei,
…
jamais
saberei deste amar a mar,
amar-te,
desta
nebulosa tão perto de
tão
longinqua,
que
teima nestas nossas saudades,
mesmo
quando sussurramos
todos
os gritos juntos.
…
Sabes
bem que sempre assim serão,
…
os
traços de palavras desconexas, que saem janela fora,
possivelmente
como poesia em silêncio.
…
Que
fazer?
Sim,
não sei...,
mas
sei do azul do nosso mar...
*Levitando no 'azul' da tua poesia espetacular:
ResponderEliminarBlue*
Consumo-te em lábios
Palpitante o entardecer
Descerra-me devassa noite
Promessa de uma feliz lágrima
Nos flancos do desejo açoite
-esgueira-te na fenda dessa dádiva-
Ainda te serei blue
E do luar farei concha
Dormitarei prata
No teu sono sem tempo
Oráculo sem mácula
-na tua enseada rasgarei o vento-
Ainda de ti
Colherei de mar estrelas
No cirandar dos olhares
Alma, pele, flores de luz
Um canto de pérolas colares
-e tudo que seremos será azul-
Karinna*
*Beijoka*