Photograph by Roger Coulam. Kansas Clouds
Relembro-me
…
das
cerejas que se queriam
em
cor,
das
árvores descoloridas
cobertas
por sombras, de nuvens
que vogavam sem rumo,
…
relembro-me,
dos
dias que seguiam noites,
e
o piar do mocho, que se escondia
nos
ramos despidos,
…
relembro
a terra nos castanhos
da
madeira que rangia,
no
sal que se entranhava,
nas
entranhas do meu corpo.
…
Relembro
um mar em fevereiro,
longínquo, longe,
onde
o cheiro a canela
invadia
espaços fechados,
invadia
o ar decompondo-o,
como
o prenúncio de uma rota
qualquer,
seguida
nas estrelas brilhantes,
adormecidas.
…
Relembro-te
nos sorrisos do areal,
no
meio do frio vento,
olhando
imensidões,
…
distâncias
jamais percorridas,
nem
pelo sonho.Rasgava
então
os mapas,
e
sem caminhos,
adormecia
no teu colo,
sossegava-nos, relembro-me.
…
Relembro-te saudades distantes de um mar em fevereiro nas distâncias jamais
percorridas... relembro-me dos dias que seguiam as noites e dos meus
olhos que se fechavam... esqueci-me da forma das nuvens que vogavam sem rumo.
*queria ser parte dessa memória
ResponderEliminarcomo o princípio do Mar
que , nas marés, vai, mas sempre volta...
Poesia serena e sentida, para atar com fitas nos abraços, nos laços poéticos que sonhamos...
Beijo-te embevecida pelo teu versar
Karinna*