The Gift - Primavera
(O
meu irmão Guilherme escreveu-me, e enviou-me este video para eu ouvir.
Só te consigo responder assim mano. Afinal não és o único que
chora.)
Há
noites escuras,
mais
escuras que outras,
noites
sem a lua dos amantes,
…
há
noites que escrevo sem pensar,
tudo
é possível, cometas
no
quarto, corais na cama,
caravelas
no copo de água
baloiçando,
noites.
Noites
que removo o coração,
noites
que dispo esta pele tatuada,
e
o sangue espalha-se pelo
soalho,
e o papel avermelha-se
também.
Há
noites que escrevo nas paredes,
sentimentos,
histórias
de alguém,
podem
ser histórias minhas,
podem
ser histórias,
…
e
olham-me as sombras, assim,
apenas
assim, que fazer?
Há
noites que as saudades corroem,
queimam
o que resta,
como
labaredas desenfreadas,
línguas
de fogo sem aurora boreal,
sem,
sem
explicar.
Há
noites tão escuras,
sem
soluços, com todas as lágrimas,
que
toda a minha vida me reaparece,
novamente,
sim,
novamente,
só
não a consigo agarrar,
só
não a consigo tocar,
não
consigo.
…
Há
essas noites mais escuras ainda,
as
noites das lembranças,
as
noites das recordações,
…
esqueço-me
dos dias,
esqueço-me
do sonho,
esqueço-me,
…
e
tudo revejo,
até
a cor do dia,
até
a cor daqueles dias
que
antecedem estas noites tão escuras.
…
Há
noites,
há
tantas saudades,
são
tantas as minhas saudades,
são
tão escuras as noites.
...
["E sei dos teus erros
Os meus e os teus
Os teus e os meus amores que não conheci
...
["E sei dos teus erros
Os meus e os teus
Os teus e os meus amores que não conheci
Parasse a vida
Um passo atrás
Um passo atrás
...
quero ver-te sorrir"
The Gift Primavera]
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