Um
dia destes hei-de escrever
sobre
a dor,a que trespassa o corpo
a que toca nas entranhas
desconhecidas, naturalmente
escuras, esconsas,
algures num recanto qualquer,
…
falta-me coragem, sim,
coragem de a voltar a sentir,
e que não sara
e que não é sombra.
…
Refugia-se no fundo do
mar essa dor,
que num dia afundei,
que num dia maremoto
deixei ser arrastada entre
os destroços que julgava
perdidos para sempre,
esquecidos
…
Um dia destes hei-de escrever
sobre esta dor,
que reaparece na noite,
que me acorda como vulcão
repentino,
que escurece a escuridão,
…
uma noite destas,
quando os pirilampos se apagarem,
quando o tornado se acalmar,
escreverei sobre esta dor.
Numa noite destas...
*Um dia desses hei de repartir 'essa minha dor' entre partes de mim, entre palavras do imo que teimam submergirem do meu olhar...
ResponderEliminarUm dia desses eu enviarei-te meus versos mais interiores pois ao ler-te me vejo a alma num espelho...e a minha dor fica assim repartida de mim...
Ricardo, teu espaço é lindo e eu te sigo, vou no teu marulhar, almejando ser parte desse teu mar...
Admiro-te
Karinna*