Lago
Bogolybovo, Moscovo, Russia @Denis Sinyakov/Reuters
…
I
fala-me
dos nenúfares que as núvens
cobrem,
nos
barcos naufragados em terra onde nasceram flores silvestres,
das
cores soltas pelo pôr-do-sol
que
levantam alguns ventos sem direção,
escondem-se
outros.
[Ou...],
nessas
palavras em que o verso grita sem destino,
aurora
seja,
ou...
qual
a cor do amar[?]. Pinta-o numa parede em ruínas,
eu,
II
as
velas
libertam-se
dos mastros de carvalho, regressam com as migrações
das
aves,
liberta-me
de mim,
e
envolve-me o olhar cansado, arrastado-o como num tango em circulos,
os
passos tocam-se levemente,
apenas
levemente.
Sabes,
eu nunca esqueci
porque
sonhava naquelas noites com o mar,
era-me
maremoto sem as margens que oprimiam, delimitavam.
Liberta
de mim o mar que ainda me restou.
...
[do
ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]
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