Vulcão Sinabung, Sumatra, Indonésia Foto Binsar Bakkara/AP
…
como a árvore arrancada pela
raiz
descansa imponentemente deitada,
abriga
o que não se vê, como o que
sobra quando se escreve do amar,
será o que se sente?
partilhar-se-á alguma vez?
abrigar-se-à o verso?
Jamais saberei do vil fingimento
das palavras mesmo as que nada significam, jamais se abrigarão na
árvore que jaz imponentemente deitada, arrancada.
Jamais saberei dos vis
sentimentos dispersos pela folha de papel em circulos. Esqueci-me dos
violinos pela noite... ou do luar...
saberei que o inicio
do que não se vê, jaz num
canto,
e pouco interessarão as frases
repetidas como ecos,
que me esforçam, cansam-me o
corpo.
Vã a viagem,
nascerão cinzas numa lareira
pelo inverno,
que sejam as minhas,
a árvore arrancada pela raiz,
continuará a descansar
imponentemente, deitada,
apodrecerá pela manhã.
…
[“do
ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea.
La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que
estará a chegar?)]
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