Hugo Pratt
…
despojam-se algumas estrelas dos
fátuos brilhos,
que celestes sejam as ténues
cores,
que os olhares
se quebrem silenciosos pelas
teclas de um piano com cauda.
Ficará um, ou ficarão outros
pontos
envolvidos pelo breve nevoeiro
nenhures,
pensar-se-à então na imensidão
de todos,
e os que rastejam [como
serpentes, que sejam],
içar-se-ão contemplando os ecos
que restarão das pedras angulares
despidas de tijolos.
Ao longe um breve azul colora as
copas
que cobrem a floresta,
azul mar, azul céu, apenas azul,
que interessa
se os sinos já não tocam
anunciando as meias horas. Despojam-se alguns homens e mulheres da pele que os sufoca nos areais
ainda em rocha,
esquece-se o tempo,
os corpos, o teu e o meu,
deixaram o tempo, o espaço
[desamarraram-se, desamaram-se].
…
[“do
ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea.
La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que
estará a chegar?)]
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