Golfinho, Açores, Portugal @ Paulo Ricca
…
I
e
quando tudo terminar onde ficarão as palavras,
terminarão
elas também?
Quero-me
mar, querer-me-ei então som em silêncio,
aquele
que range a alma,
aquele
que sempre me suspendeu
no
precipicio do promontório um dia,
ou
noite, já não sei.
E
quando isso acontecer, [que me interessa o quando]
nem saberei colocar a mão sobre as letras em forma de orquìdea,
ou
aquelas outras em cor de cereja,
então,
querer-me-ei
despido de mim, que a carapaça apodreça.
II
Dos
ventos,
que seja,
querer-me-ei
vento, não brisa, vento
forte,
furacão
que limpe as lágrimas que ainda resistem,
e
mesmo que o mar as tenha todas recolhido,
libertar-me-ei
destas pedras angulares
que
nada já sustêm, nem pó.
As
crianças serão então livres, como o fui em tempos,
e
regresso ao principio, ao ventre,
ao
mar calmo,
serei
então eu.
[Finalmente].
...
[do
ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]
não e nem nada.
ResponderEliminarvem como és, hoje, logo, um dia... mas não te esqueças de vir.
não me esquecerei de te esperar.
Beijo