Soufrière
Hills, ilha de Montserrat - Kevin West/Liaison
(que o vulcão irrompa rápido...)
…
I
que
se terminem as saudades, os rios, e
que
o mar seja chão de terra,
que
o silêncio seja buraco negro no meio de nenhures
onde
a luz é um fio de linho sem cor.
Renascam
novamente as orquideas, os cravos vermelhos,
e
que as pétalas sejam doces como o mel,
os
pássaros que encontrem poisos nas árvores perfumadas em ilhas
escondidas pelo poente do sol.
Que
o circulo termine em fogo de artificio,
jamais
num breve fogo-fátuo,
e,
se
a terra parar por um instante que seja,
que
os deuses a rodopiem como o pião das crianças.
…
II
[Finalmente]
descansam
os ventos alisios no sopé de uma montanha que pariu
o
rio em dor,
ininterruptos
os ecos que se repetem, estranha
a
noite que não termina, mas que terá um fim,
reina
um luar enevoado, adormecem as flores nos vasos,
na
terra,
talvez
cantem algures algumas sereias desapaixonadamente,
e
os olhares fixam outros olhares mais perto,
partirei,
sim, partirei
com
a primeira maré do amanhecer.
[Que
seja finalmente, que seja, que se cumpra o ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti meu amor, jamais o saberei, que o vulcão irrompa, finalmente].
...
[no fim do
ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]
agora que encontrei o caminho até ao Mar...
ResponderEliminarque atraquei...
seja!