Da
magia que envolve a loucura,
confesso-me
como um louco,
não
pela magia,
não
por escrever,
não
por
descrever imagens que querem tocar sons,
sons
que só existem em mim,
em
ti,
e
como eles serão sempre diferentes
da
loucura que resiste, que invade,
que
me invade como o mar em maremoto,
como
os cravos de abril, vermelhos
cor
do sangue.
Será
o sol que me encadeia sempre a mesma coisa nos mesmos reflexos que
ficam e resistem nas tardes em que esperava por ti? E riamos quando
pisavamos as sombras de nós, e repetias:
“quero
os versos curtos,
rápidos
sem respirar,
que
envolvam alma,
sem
as pausas
do
choro,
silencia-se
a
pele arrepiada
tocam-se
de caricias
os
amantes ocasionais,
como
uns loucos,
beija-me,
toca-me,
envolve-me
de ti,
ou
apenas em ti”.
[seria
do sol, do mar em abril?]
Saberemos
uma noite destas explicar-nos, será que a loucura necessita de uma
causa para deixar de o ser, serão os cravos de abril sempre os mais
belos de todos?
Navios
ancorados pelos mastros,
com
as quilhas descobertas
onde
gaivotas pousam
e
as crianças brincam,
e
os poetas embebedam-se,
vomitam
algumas palavras,
querem
as cores brilhantes,
os
sonhos coloridos,
e
mesmo que as memórias
escureçam
o papel,
nas
terras mais distantes,
dos
sabores da canela
naquela
cor do açafrão,
restarão
as marés,
restará
um sorriso
que
afasta silêncios,
restarão
as confissões
de
alguns loucos.
Solto
o beijo no final do texto que pari e finjo a partida da loucura atrás
do verso... dos rios que um dia nascerão do mar,
da
terra que girará ao contrário,
dos
cravos vermelhos plantados nas quilhas
dos
barcos ancorados pelos mastros não sei, nem aqui,
nem
mesmo ali.
[Que
texto filho de puta que puxa pela voz, gritar e gritar pelo seu lugar ao sol...]
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