SPITSBERGEN,
Norway , 2006 © Gueorgui
Pinkhassov / Magnum Photos
…
e
quando soprares as minhas cinzas
que
te deixo embrulhadas num poema,
peço-te
que o faças na ilha dos corais que plantei.
Do
poema:
“lança
os restos de mim, alimentando o mar
que
sempre fui,
que
se afundem no areal,
que
flutuem mais longe que o horizonte,
afinal,
sempre
o quis conhecer”;
…
e
quando abrires as gavetas,
guarda
o lirio seco que sempre me acompanhou,
ou
enterra-o no meio das searas,
talvez
ele ressuscite como flor de imperatriz.
Do
lírio:
“ do
lírio que renasce depois de morto,
floriu
fora do tempo que o secou,
adormeceu
por entre folhas que um dia
foram
alvas, como o clarão da aurora,
foi
silêncio, sim,
foi
o silêncio do que escrevi”;
pergunto-me
porque te escrevo sobre a morte,
hoje,
porque
não, se ela é tão presente,
como
se quer ausente,
e
no fumo do nevoeiro
em
que se esconde esta tempestade,
desfazem-se
as saudades, o amar,
ficam
as primaveras que floriram antes do tempo,
ficam
os longinquos horizontes que jamais se afundarão,
fica
a ilha de corais que um dia plantei.
[O
lírio seco que renasça nas cinzas que acompanhe os versos que
jamais sairão das gavetas fechadas no tempo ou que enfeite as searas
despenteadas pelo vento].
Sossega-me.
[sim, a morte
ResponderEliminarpresente. ponto.
mas hoje não
adia-a
e às cinzas
e a tua nostalgia]
rumo à tua ilha
busco os corais
e neles permanecerei até que me encontres
é de ti a vida dos versos
da Palavra
do Sentir
não quero perder tudo isso
não quero perder o S orriso
recuso as cinzas
e rumo a esse coral
espreguiço.m num qualquer
enquanto espero a brisa
da primavera
do teu olhar
de mais um poema
lírio
orquídea
nascidos na tua janela
Num Abraço com Beijo na ponta
não respondi mas deixei um lírio... chamei-lhe S orriso, o que deixaste lá, nesta ilha de Paz, onde quer que S ejas Palavra.
ResponderEliminarObrigada
AbraçoT
Um poema que transcende todo o meu sentir.
ResponderEliminarEmbora esteja vestido com os mais belos versos... sinto- te em plena melâncolia.
Se me permites, vou levar o poema para o meu Abrigo Poético.
Sempre tua amiga
Maria