MAURITANIA—Sunrise
between Tidjikja and Tichit,1999
©Raymond
Depardon/ Magnum Photos
I
como
detesto números
mesmo
que sejam perfeitos, primos;
o
luar esqueçe-os,
nem
as estrelas querem ser contadas,
encantadas,
e
entre
o vinho
que
escorre de uma caneca com um rei de copas
para
a boca,
e
o fim da noite,
resta-me
contar as horas
que
fiquei em silêncio
na
sombra quieta da parede. Volta,
descansa nos meus braços.
II
dos
ventos alisios
que
não provocam chuva no deserto
fica-me
a visão perdida,
infinda,
que
me atrai ao precipicio,
abro
os braços,
reflexo
de quem não aprendeu
a
voar,
regresso-me
ao mar,
regresso-me
a mim, despedaço-me.
Se
os ventos alisios regressarem encerra-me no casulo onde escondes as
abelhas em flor.
...
([do
ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti])
e que ninho quererias tu dos meus braços se nem sabes como eles são?
ResponderEliminarseriam fortes se soubessem da tua ternura,
do teu desejo de voar,
de ser feliz
mas como
se não sei...
curvas-me as palavras e nos números que também detesto, primos ou não, recolhe-se a S ensibilidade temendo mais este mar de impossibilidade