quarta-feira, 4 de abril de 2012

[Destecem-se alguns dos sons]

FRANCE—Near Fécamp, 1998.© Jean Gaumy / Magnum Photos

Destecem-se alguns dos sons,
talvez se queiram em cor,
ah... perguntei-te; em cor de primavera,
em cor de outono [?],
mudar de vida dissemos um dia,
e que esse dia fosse como o voo do albatroz,
vogando pelo ar que toca o mar,
sem o bater das asas,
dissemos nesse dia.

Alguns dos sons resistem, sussurros
ou murmurios,
como se ecoassem do fundo do mar,
mais fortes que o cantar das baleias,
e nos olhos que semicerravamos,
nasciam daquela árvore despida borboletas em cor,
ah... perguntei-te; em cor de primavera,
em cor de outono [?],

lembras-te?

Ficávamos nús no meio dos sargaços que nos cobriam os corpos enquanto a espuma das ondas nos despenteava como o vento,

e gritávamos “-Terra à vista, gajeiro!”

Nesta noite, repetida tantas noites,
sei-te na terra que avistávamos,
nesta noite, repetida tantas noites,
sei-me no meio dos sussurros ou murmurios
que ecoam do fundo do mar.

[da cor, que seja cor de primavera, que seja cor de outono... nunca o soube]
nem nestas noites repetidas de tantas as noites.






[Outra disposição apenas...]

[Destecem-se alguns dos sons]

Destecem-se alguns dos sons talvez se queiram em cor ah... perguntei-te; em cor de primavera em cor de outono [?]… mudar de vida dissemos um dia e que esse dia fosse como o voo do albatroz vogando pelo ar que toca o mar sem o bater das asas dissemos nesse dia. Alguns dos sons resistem sussurros ou murmurios como se ecoassem do fundo do mar mais fortes que o cantar das baleias, e nos olhos que semicerravamos nasciam daquela árvore despida borboletas em cor ah... perguntei-te; em cor de primavera em cor de outono lembras-te?
Ficávamos nús no meio dos sargaços
que nos cobriam os corpos
enquanto a espuma das ondas
nos despenteava como o vento
e gritávamos “-Terra à vista, gajeiro!”.Nesta noite, repetida tantas noites sei-te na terra que avistávamos, nesta noite repetida tantas noites, sei-me no meio dos sussurros ou murmurios que ecoam do fundo do mar.
[da cor,
que seja cor de primavera,
que seja cor de outono nunca o soube...]
nem nestas noites repetidas de tantas as noites.


1 comentário:

  1. Belo em qualquer das duas...

    se não é a forma...:)

    *****************

    dos corpos que ninguém soube
    a memória de ter sido
    Beijada pelo desejo de continuar a Ser

    dessas praias desconhecidas
    da cumplicidade dos sargaços
    sobra a construção
    de um Poema d'Amor
    que S into
    nesse outro desejo
    de poder tê-lo S entido um dia
    algures

    as Palavras não me soam ainda
    dado que a Alma ainda tange

    Obrigada

    Abraço

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