Ilha
da Culatra, Algarve, Portugal, foto Enric-Vives Rubio
…
é
pela noite que as orquídeas voam
soltando
as pétalas pelo caminho,
e
enquanto os olhos não adormeçem,
sento-me
num cais algures, olhando
almas
que se passeiam como aves pelos campos de linho,
fala-me
das almas, conta-me dos caminhos,
…
enquanto
o poema se transfigura e redondo rola como uma pedra na direcção do
abismo por mim criado.
Palavras.
Fala-me
de mim ou de ti, das fugas
que
se esconderam por todas as viagens mesmo as que já foram um dia
virgens impolutas,
dos
faróis que encadeavam os olhos cansados,
diminuindo
distâncias de adamastores furiosos,
do
arco-iris que iluminava o fundo das fendas
que
reluziam como tesouros destapados da terra submersa, fala-me.
Que
me interessa o amar, de que me serve
se
a saudade resiste e invade o ar perfumado pela primavera[?].
Palavras.
Sim,
é pela noite que as orquideas voam,
e
sobre o mar por onde os meus passos calcorreiam levantam-se as
pétalas em remoinhos deixados pelo vento adormecido,
acordam
marés julgadas perdidas para sempre,
ficam
os silêncios de mim ou de ti,
[como
se isso importasse agora...]
e
nem as palavras que calámos incomodam o içar da âncora.
[nas
palavras que ficaram coladas ao céu da boca nasceram versos que se
julgavam perdidos pelas folhas rasgadas nos caminhos cobertos por
pétalas das orquídeas que voam pela noite].
Palavras[?].
[NUNCA, NUNCA S ENTI A (TUA) BELEZA TOCAR.M TÃO PERTO]
ResponderEliminareu não tenho palavras para Te dar, emudeci.
apenas me apetece reler, reler.T, reler.M e edificar.T uma estátua de palavras, se e quando as encontrar.
solto as pétalas das orquídeas que tanto amo no teu caminho...
[posso?]
minh'Alma neste Abraço