Membros do Balé Arizona em "Play", do
diretor artístico dinamarquês Ib Andersen, em Phoenix, espetáculo
que trata da própria dança.( Foto de Rosalie O'Connor via The New York
Times)
…
e
quando me esqueço de fechar
o
olhar,
abrigam-me
as cores que se
misturam,
que
me destecem,
…
e
das palavras mais simples,
nascem
as searas onduladas,
não
as descrevo, apenas as vejo,
…
e
olho-me no velho espelho,
desbotado,
descolorido,
vendo
a parede um dia branca,
sem
descrever as sombras fixas,
apenas
as olho.
…
Barcos
que encalham nos areais
submersos,
a baixa-mar assim
quer,
encalham
gaivotas na proa,
estáticas,
mesmo com o vento
contra,
sentam-se os homens
cerzindo
as redes descoloridas,
…
esperas
sem grito, sem voz,
sem
palavras, sem limite.
…
Espero-me
com os sapatos
calçados,
e a mala feita,
quem
sabe se terei de partir
novamente,
saberei
eu partir, novamente?
[Saberei
eu chegar, novamente?]
…
A
preia-mar que chega de manso,
abana
os barcos encalhados,
das
gaivotas que partiram,
restaram
algumas penas,
ainda
restei eu,
fecho
o olhar então.
Simplesmente bela tua poesia!Mil beijos
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