Lago natural perto de Manaus. Amazonas, 2010.
Foto:
Ivan Canabrava/ Reuters
Nesta
esquina onde março
se
mistura com primaveras, trocam-se
olhares
que se desnovelam,
[que
me desnovelam]
mimicas
isoladas,
fogem-me
as perguntas, enquanto
bojadores
se transformam
libertando
as camadas de gelo,
ilusões,
sei,
saberei
então regressos,
saturam-me
os regressos,
como
se a porta entreaberta
escondesse
as tulipas negras
que
ficaram apodrecendo, por ali,
fecha
a porta com estrondo,
um
final deselegante, sei,
mas,
algo de novo, sei.
Existirão
sempre outras raizes que perdurarão para além do roamaninho das
árvores do carvalho que escondem os ramos naquelas florestas
destapadas pelos ventos em remoinho.
[Sei].
Sei
das noites que os meus olhos viram,
e
quando os fecho, elas regressam
como
fendas abertas
nestas
esquinas onde março se mistura com primaveras,
sei
das escuridões,
…
sei.
Das primaveras finadas que em março outonam...
ResponderEliminarDas tulipas que de tanto enegrecem as minhas vistas, reviraram meus olhos embranquecendo os portões da noite...
Ao bater tão forte à porta...elegante lufada fez-me asas...
Levou-me...
Para onde?
Não sei!
Mas hei de ter todas as perguntas quando o outono, em março, chegar...e finalmente “em mímicas isoladas”... desnovelar todas as minhas respostas...
Emociono-me contigo...tens o dom de uma escrita que desprende-me de mim...NÃO SEI!rs
Abraços poéticos desse lado de cá, de uma admiradora das tuas letras, que no meu céu, reluzem como estrelas...
V.