Neptune
and Triton, Voyager 2, image Michael Benson/Hasted Kraeutler
Faltou-me
o poema.
…
em
sonho,
derramo
o mel pelo teu corpo e em cada poro dourado,
silencia-se
a noite,
das
gotas que o solo bebe,
nascem
outras laranjeiras carregando as maçãs do paraíso
fertilizadas
pelas hespérides,
renascem
os outros extremos nos mundos por onde me navego.
Baptizam-se
as vozes
e
os sussurros nas águas quentes do equador sem pressas ou preces,
libertam
os gemidos mais profundos
que
ensurdecem algumas estrelas cadentes,
exorciza-se
o corpo.
Oh
alma porque persegues, porque queres os sossegos sós?
Afagam-se
as núvens pelas mãos ainda entrelaçadas,
afagam-se
as espumas das marés também,
libertam-se
as andorinhas escondidas que completam o circulo em voo rasante,
nascerão
outros sonhos, nascerão outras primaveras.
Faltou-me
o poema no dia em que parti.
Nota:
As
Hespérides, na mitologia grega são as primitivas deusas primaveris
que representavam o espirito fertilizador da Natureza. Eram as donas
do jardim das Hespérides, Camões dizia situar-se no arquipélago de
Cabo Verde.
Seus
nomes:
Egle
- “ a Radiante”, deusa da luz avermelhada da tarde,
Erítia
- “a Esplendorosa”, deusa do esplendor da tarde,
Hespéra
- “a Crepuscular”, deusa do crepúsculo vespertino.
São
reperesentadas deitadas num tronco de uma laranjeira com frutos.
Interessante
que os frutos da laranjeira (as laranjas) são conhecidos em várias
culturas como as “maças do paraíso”.
[longínquo
ResponderEliminar__________o cheiro, os braços, o olhar, o mel, a ternura, o beijo, o sonho, as palavras...
deixadas as raízes, tudo o resto, mesmo o Tempo, conta a espera do que se S abe e se Provou, do reconhecimento, do que
longínquo
não se alterou
''''''''mesmo sem o Poema da partida'''''''''
quem vê para além do que dás, vê quem tu és.
se não queres que assim seja, diz