Fireworks,
Chrysanthemum EpicFireworks /Flickr
Derrama-me
pelas cataratas na linha do horizonte
sem
nexo, em queda
como
um trópico de capricórnio
em
seu completo zenite, onde as sombras inexistem,
talvez
então me ria de nós,
somente
isso,
e,
quando as chaminés fumegavam,
inventávamos
histórias do mar por perto
dos
nossos dedos,
dos
livros uma vez afundados,
que
interessava se os tinhamos lido,
das
cartas queimadas numa noite de gelos,
que
interessava se as tinhamos lido,
da
lua grávida que destoava do céu breu,
que
interessava o eclipse,
“-
o céu não tem sombras o mar sempre as terá”,
dizias-me,
olhando o farol apagado.
O
sempre jamais será para sempre,
mesmo
derramando-se em cataratas
pela
linha do horizonte que escolhiamos,
os
tufões levaram os telhados,
o
olhar perseguia as andorinhas pela primavera,
desejava
ir,
leva-me
para outro sitio,
ensina-me
a amar-te pelo inicio da madrugada,
ensina-me
a amar-te no completo zenite,
talvez
então, riamos de nós.
[somente
isso, no completo zenite,
onde
me derramaste].
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